Os números da aliança de 2022 para o Keren LeYedidut foram impressionantes, especialmente quando se trata da América Latina. Ao constatar que os olim chegam bem dispostos e ansiosos para iniciar uma nova etapa em suas vidas e construir sua trajetória, a organização já se sente completa por ter cumprido essa tarefa.
A grande maioria dos olim que chegaram a Israel no ano passado eram do Brasil e da Argentina devido às questões econômicas que esses países vivem e onde a qualidade de vida e a estabilidade emocional têm grande peso hoje.
“Também houve casos muito extremos, de judeus na Argentina que vieram para Israel porque não tinham nada na geladeira para comer. Fazemos o possível e o impossível em muitos casos para que essa família ou essa pessoa venha para Israel e continue ajudando-os aqui. Tem gente que alugou apartamento, começou a trabalhar, mas não dá, não dá pra comprar as coisas pra casa. Aí eles me ligam e falam ‘Lorena, sabe onde posso procurar um colchão usado? Para esses casos, o Keren LeYedidut tem um fundo de emergência” – destaca Lorena.
Quanto às características dos atuais olim, Bárbara Waserman comentou o seguinte: “Em princípio, continuam a vir pessoas entre os 18 e os 30 anos que frequentam os programas. Mas este ano foi mantida a aliá das famílias, algo que começou fortemente com a pandemia. As famílias com filhos continuam chegando e o plano principal é buscar um futuro melhor para eles. Por outro lado, também houve muitas reuniões familiares: pessoas que vinham visitar seus filhos que estavam em Israel ou com seus pais. Isso foi muito visto em pessoas mais velhas, que chegam aos 70 anos para se encontrar com seus filhos ou netos.”
Sobre as expectativas do Keren LeYedidut para 2023, Lorena Avraham afirmou: “Não se sabe o que vem pela frente. Há dois anos não sabíamos que a pandemia mudaria tudo. Mas posso dizer que estamos muito esperançosos e que dos olim da América Latina continuem chegando em Israel”.
Fernanda Gafter, professora que fez aliança há pouco mais de quatro meses, conta sua experiência de ter feito aliá nas mãos do Keren LeYedidut: “No fundo, sempre quis fazer aliança. Sou muito sionista, para amar Israel, para ensinar Israel, para vir sempre que puder. Todas as vezes que vim me senti em casa. Mas eu nunca poderia ser um sionista realizador. Havia coisas que me ligavam à Argentina. Por exemplo, minha casa. Morei por 40 anos no mesmo apartamento em Villa Crespo onde morava minha família e era algo que eu não poderia deixar passar. Senti que vivia numa zona de conforto e numa rotina da qual não conseguia sair.
Eu conhecia Leo Naidorf de vista em grupos de jovens e quando soube que ele estava na organização, não hesitei em ligar. Tomei a decisão em 2021. Liguei para o Centro Global em maio de 2021 sabendo que queria fazer minha aliança em julho de 2022. Fiz isso na hora. E cada dúvida, cada pergunta, cada coisa que eu queria, podia me comunicar sem problemas com o Keren LeYedidut. Então foi bárbaro” – destaca Fernanda